segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Lyon


Dia 3

A primeira coisa que sobressai de Lyon é que é uma cidade altamente industrializada. A capital do Sudoeste francês. Vamos ver como é o centro.
Não haja dúvida que Lyon é uma cidade de negócios. A um domingo de manha de Agosto, temos a cidade por nossa conta. Depois de sairmos da estação, caminhamos até ao centro da cidade, único sitio onde é previsivel encontrar algo aberto para nós comermos. Mas no caminho para o centro não podemos ficar indiferentes à torre do Auditório e à perfeitura. Na margem de um dos rios, o Rhône, a vista da cidade é muito agradável. O palácio Dieu sobressai sobre tudo o resto.
Agora estamos na Praça Belle Cour, o centro do centro de Lyon. Seguimos em frente e chegamos à catedral de St. Jean e damos um passeio no parque des Hauteurs, depois de ter atravessado o rio Saôme. Na rua Juiverie sente-se a alma de Lyon e a razão do seu centro histórico ser património da Humanidade. Os Macarons são a experiência culinária/cultural da cidade. O tom terra cota dos prédios, do centro histórico, transmite um calor muito agradável. Com o rio Saôme, à direita, e uma parte do centro histórico à esquerda, aparece uma galeria de arte ao ar livre onde o talento artistico francês sai à rua. E como já é hora de almoço, vamos procurar um local onde a fome e um bom preço se alinhem e nós possamos degustar alguma iguaria Lionesa.
Na praça de Terreaux os bares, a fonte de Bartholdi e o Museu de Belas Artes formam um conjunto muito agradável.
A cidade está bastante vazia e nem nos pontos mais turisticos se vê muita gente. Depois do estomago reconfortado o que sabia bem era uma soneca, mas como ainda falta meia cidade para ver ai vamos a ela.
Os jardins Chartreux, o parque Sutter, a Praça Colbert e o parque de la Tete d'or fazem parte do Menu. Na praça de Sathonay o jogo oficial é atirar uma bolinha pequenina de cor e depois atirar bolas grandes de ferro e ver quem fica mais próximo da pequenina. O pessoal aplica-se mesmo.
O parque Tete d'or é sem dúvida grande e muito agradável para um passeio de Domingo e tem por perto a sede da Interpol.
Lyon não desiludiu e até surpreendeu pois a com a sua dimensão, pareceu bastante acolhedora e bem organizada. Agora vamos para Lille, no Norte de França. Não havia comboio para mais lado nenhum. Em principio vai ser só para dormir e depois ir para Brugge. Ainda não temos onde ficar mas tudo há-de resolver-se.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Biarritz


Dia 2
Com quase 4 horas de atraso já estamos a chegar ao nosso destino.
No fim de contas não foi assim tão mau uma vez que as paisagens do Pais Basco são um espectaculares.
Os planos do dia, apanhar sol no Golfo da Biscaia, ficaram reduzidos a metade. Meio dia! A comida que traziamos de casa acabou. Por um lado é bom, porque não vamos ter que a carregar, por outro é mau porque vamos ter que começar a comprá-la.
Quanto a Hendaya é uma terra pequenina de fronteira mas muito importante na distribuição do tráfico ferroviário. Que venha Biarritz.
Para a frente um mar quente sem fim, dá vontade de não sair dele. Para trás uma série de palacetes com vistas fenomenais dão vontade de explorar a cidade. Biarritz é uma cidade de Verão. Nesta altura tudo está no seu melhor. Muito bom.
A praia já acabou. Não deu para ficar moreno mas foi bastante agradável.
Já estamos na estação à espera do comboio para Lyon. A noite vai ser passada mais uma vez sobre carris.
Já temos o jantar.
Bastou um pequeno estimulo para aquela agradável sensação de mudar todos os dias de sítio voltasse em grande. Dá mesmo vontade de fazer isto o ano todo.
Nesta viagem para Lyon aquela paisagem típica francesa, é bastante visivel. Tudo verde, de vez em quando aparece um rio, ao fundo estão as montanhas, e tudo sempre pincelado com uma casinha aqui outra ali. Bonito.
A noite advinha-se calma pois os bancos onde nós vamos são muito confortáveis.
Que venha Lyon. Passamos por Lourdes, uma das Mecas da religião católica, onde a catedral sobressai a tudo o resto.

Interrail 2007 - Portugal


362 dias depois cá estamos nós outra vez, a começar o nosso segundo Interrail à volta da Europa.
As personagens são as mesmas, mas as circunstâncias ligeiramente diferentes. Eu sou um virtual engenheiro civil e a Guida uma nutricionista em estágio. Eu quase não tive tempo para preparar o interrail, por isso teve que ser a Guida a pensar em quase tudo.
Passou um ano mas o entusiasmo é ainda maior. Que este seja pelo menos igual ao anterior e se assim for, vai ser estupendo.
Braga/Porto está ai a caminho e a Trofa continua linda!!! Chegar a um trajecto que agrade a todos está difícil. Aliás o trajecto geral está feito mas pequenas variações estão difíceis de atingir. O caminho vai ser feito com o tempo.
Da merenda trazida de casa já foram 4 pães com salmão, meia garrafa de água e meio pacote de batatas fritas.
Já estamos no comboio que nos vai levar a Coimbra. Da revisão feita ao que veio e ao que falta, para uma mochila feita em 5 minutos só falta uma toalha. Mas com o aquecimento global quem é que precisa de uma toalha para se secar!!
Já estamos em Coimbra. Agora vamos ter que esperar um bocado. E não vai ser fácil pois está um calor que faz suar as estopinhas mais entupidas. Para o tempo passar mais rápido, vamos ler o livro dos países, vamos à Internet, etc.
A primeira grande espera já passou. O caminho faz-se para Hendaya. Nesta viagem vamos comer uns panadinhos e beber um suminho, e esperar calmamente para chegar à primeira grande paragem deste interrail. Biarritz.
As viagens têm sempre momentos de esplendor. Num interrail esses momentos são tão simples como depois de um dia de calor intenso e na expectativa de ter uma noite quase sem dormir, o destino dita que ficamos com um compartimento só para nós, dormimos descansados, a janela aberta deixa entrar um calor refrescante e lá fora o céu estrelado olha por nós.
E a todo o gás chegou o primeiro contratempo. A locomotiva que puxava o nosso comboio avariou. Agora estamos à espera que chegue uma nova. Quando isso irá acontecer? Não sabemos.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Londres num fim-de-semana



Domingo em Londres é dia de cidade quase deserta, por isso nada melhor que acordar bem cedo, e tentar apanhar a rainha ainda em pijama a espreguiçar-se à janela do Buckingham Palace. Depois das fotos da praxe descemos The Mall para chegar a Trafalgar Square com o National Portrait Museum e a Nelson’s Column. Chegados a este ponto todo os imans começam a funcionar e atraem-nos para a House of Parliament, o Big Ben e a Abadia de Westminster. No caminho, vindo pela Whitehall e a Parliament Street, quase não se repara na Downing Street, casa do Primeiro-Ministro. Nenhum dos monumentos falados a trás precisam de grandes descrições pois a sua imagem está mais do que cimentada no cérebro de qualquer um de nós!
Depois nada melhor do que seguir pelas margens do Tamisa, ver o London Eye na outra margem, e tentar chegar à Tower of London. Mas como o caminho ainda é longo é preferível apanhar o Underground até à dita torre onde o sangue escorrido por muitos sente-se em cada pedra. A Tower Bridge fica ali mesmo ao lado.
Para manter a tradição é preciso passar por St Paul’s Cathedral e sentir na cabeça a ainda mais tradicional chuva londrina junto à London Bridge.
Mais uma vez com a ajuda do Underground damos um salto até à estilosa Sloane Street.
Como ainda sobra tempo é preciso passar pelo Soho. Ver as sex shops, ver o movimento frenético e jantar um belíssimo fish and chips.
Já está quase na hora de ir apanhar o comboio de regresso ao aeroporto na esperança de que a próxima noite, no chão do dito aeroporto, passe calmamente para que possamos saborear este fim-de-semana.

Londres num fim-de-semana



Quando se conhece uma pessoa tem-se uma enorme vontade de a impressionar… Isso é ainda mais evidente quando se conhece alguém com quem achamos que vamos passar o resto das nossas vidas. Para o primeiro aniversário que partilhei com a minha mais que coisa, decidi aproveitar o milagre das companhias aéreas low-cost e fomos passar um fim-de-semana a Londres.
O preço da viagem até pode ser barato, mas durante a viagem o objectivo parece ser vender tudo e mais alguma coisa. Por isso nós compramos uns ditos bilhetes de comboio que ligariam o nosso aeroporto à estação de Liverpool Street. A verdade é que quando aterramos, e depois de ter ficado um bom bocado à espera das malas, saímos ansiosos por chegar à cidade dos gentlemans. Contudo o último comboio tinha acabado de sair em direcção ao centro. Solução: pagar mais umas quantas libras por um autocarro que nos levava igualmente à estação de Liverpool Street para depois apanhar o metro para a nossa pousada da juventude. Dito e feito. Quando chegamos a Liverpool Street eram já duas da manhã e parece que a essa hora o metro já não anda. Também não se percebe como é que numa cidade como Londres, às duas da manhã já não haja metro! Solução: apanhar um “táxi” não oficial com um srilankes. Só depois de feito e de estarmos deitados na cama do nosso quarto é que nos apercebemos do pequeno perigo, nos “táxis” não oficiais, que tínhamos acabado de correr. Mas a verdade é que os táxis oficiais são bem mais caros e em Liverpool street não havia nenhum…
O novo dia, começa bem cedo. E o que é que há melhor para fazer em Londres a um sábado de manhã? Ir até Nothing Hill, e as suas casas coloridas, e ver a maravilhosa feira de artigos em segunda mão de Portobello Road. Mas o dia começou tão cedo que quando chegamos à dita zona ainda as bancas dos vendedores não estavam montadas. Então fomos dar uma volta pelas redondezas e descobrimos a Travel book store tornada famosa num filme com o mesmo nome desta área da cidade. Encontramos também umas cheirosas lojas de especiarias. Toda Nothing Hill, e as suas casas georgianas, merecem um passeio relaxado.
Em seguida descemos até Kensington Park e ao palácio onde morou a saudosa princesa do Povo. Os gansos a nadar no lago e as pessoas a trabalharem o físico completam o imaginário mais romântico.
Na saída do Kesington Park encontramos o Royal Albert Hall. Todo vermelhinho e com o glamour daquelas grandes noites de espectáculos. E rodeado pelas mais fency houses de Chelsea.
Descendo a Exibition Road do Science Museum, do Natural History Museum e do grandioso Victoria & Albert Museum já na Cromwell Road. E quem chega aqui já não pode voltar para trás pois o lendário Harrods e Harvey Nichols mostram-se demasiado apetitosos para que recusemos entrar para almoçar. Até porque tudo o resto é demasiado caro para uma estudante bolsa portuguesa.
Para a tarde fica reservada uma visita ao Madame Tussau Museum.
Saídos do dito museu, só nos resta descer a misteriosa Baker Street, em passo acelerado para ainda apanhar o enternecedor fim da tarde em Hyde Park. E é que sabe mesmo bem passear ao fim da tarde pelo Hyde Park, chegar a Picadilly Street, subi-la, passar pela Royal academy of Arts e chegar a um dos centros do Mundo, Picadilly Circus. Tirar a foto perfeita nos neons e partir para Covent Garden para ver o movimento dos londrinos para as centenas de teatros que se encontram por lá.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Pais Basco


Dia 27

A sala de espera nós hoje descansamos era uma verdadeira ONU. Havia Europeus, Africanos, Asiáticos e Americanos.
Agora estamos a caminho de Bourdeux e depois vamos para Irun, uma bela localidade do pais Basco.
Já agora o TGV é mesmo rápido que até estalam os ouvidos.
Já chegamos a Espanha, em especial Irun. Agora vamos para Vitória, a capital do Pais Basco. Depois disso logo se vê.
Esta viagem até Vitória é muito agradável. No meio das montanhas, por entre vales e túneis, com florestas pinceladas de pequenas vilas. É a beleza natural do Pais Basco.
Estamos em Vitória. O centro histórico é medieval mas está recuperado e muito bem conservado.
Vamos apanhar hoje comboio para a Pampilhosa, que não sabemos exactamente onde fica, esperamos que tenha comboios para o Porto. Seja o que Deus quiser.
Em Vitória o tempo não é muito, mas é mais do que suficiente para saborear uma bela tabla de pintxos, a especialidade da terra. Muito bons.
Viajar é óptimo, mas já se sentem as saudades, vai ser bom voltar, ver pessoas que se conhece muito bem, passar por locais onde já se passou centenas de vezes. Mas as recordações criadas durante a viagem, essas nunca mais vão desaparecer, nem esvanecer. Atravessar a Europa, de um extremo ao outro é no mínimo muito, mas muito saboroso!!
O comboio que nos vai levar de volta a Portugal vai cheio de emigrantes portugueses que estão a trabalhar nas obras de França e da Alemanha e que vão passar uns dias à Terra. A vida é dura.
Já chegamos a Portugal. Já apanhamos o comboio para o Porto. E qual era a melhor recepção que podíamos ter??? Um homenzinho, imigrante em Espanha, a criticar tudo e todos em Portugal. Haverá algo mais português?
É impressionante o que aconteceu neste pais, e ainda mais impressionante o que não aconteceu. É uma sensação estranha ter a noção que somos os últimos a saber as coisas. Mas há coisas que continuam na mesma, um mês depois...

Paris


Dia 26

Começando na Gare do Norte, fazendo o caminho pela praça da Vendome, com os seus hotéis e lojas de luxo que fazem sonhar, chegando ao parque das Telherias, olhando para um lado está o Louvre, para o outro a praça da Concordia e o arco do Triunfo! É um alinhamento perfeito!
Seguindo nas margens do Sena, para a margem esquerda, até aos jardins do Luxemburgo.
Agora volta-se para trás em direcção ao exlibris de Paris, a torre Eiffel. No meio pára-se 2 segundos para almoçar um francesa Baguette. A torre Eiffel não necessita de mais descrições!
Chegamos ao Louvre. Por fora é impressionante, mas por dentro... Paris nunca perde o brilho, a pose. As lojas, os cafés, o rio, os monumentos, parecem diferentes sempre que se visita Paris.
Agora já estamos a ir para casa. Vamos ficar na estação de Montparnasse à espera do nosso TGV. É tentar descansar e chega.
Foi uma viagem inigualável onde vimos como um continente, dos mais pequenos por sinal, tem uma variabilidade tão grande de gentes e costumes.
A viagem em si correu, e esperemos que continue, muito bem, com as suas discussões, indecisões, contratempos, sortes. E agora boa noite e até daqui a umas horas.

Antuérpia Bruxelas



Dia 25

Antuérpia tem bastantes coisas para oferecer. Para além de uns preços bem mais em conta, tem a rua que sai da estação até ao rio Schalde.
Cheia de edifícios monumento. Com a casa de Rubens, o museu Platin Moretus, património da Unesco, o museu naval, que tem algo de português, mas principalmente por ser a capital mundial dos diamantes. A Catedral de Nossa Senhora, com a sua torre gigante. A casa Platin Moretus foi considerada durante mais de 300 anos a maior editora do Mundo e contém uma das maiores "reservas" de livros.
Toda a zona histórica é muito interessante com as suas casinhas de tijolo.
Antuérpia foi um tiro no escuro, mas correu muito bem. Uma bela cidade.
Agora vamos para Bruxelas. O centro da Europa.
A zona de Bruxelas Norte é impressionante. Imensos prédios novos, espelhados, ao lado de casas mais antigas. Um contraste gigante.
Vamos lá a Bruxelas.
As galerias reais do género das Vittorio Emanuel de Milão, são um local "perfeito" para fazer compras. A seguir vamos à catedral de Bruxelas, com as suas duas torres, branca, muito bonita. Uma paragem e se possível um jantar num dos restaurantes da rua Benhouser é indispensável, até porque vai dar à Grand Place, o centro de Bruxelas.
Comer um gaufre com chocolate é também uma excelente forma de sentir Bruxelas. Agora vamos ao Parlamento Europeu. Mas antes passamos pelo edifício da comissão Europeia, onde o nosso amigo Zé Manel trabalha. E para quem não sabe, a Eslovénia vai entrar para o Euro em 2007.
O parlamento europeu é mais que um edifício, numa estrutura enorme, e que está a ser aumentada devido à entrada dos novos países.
Bruxelas tem do melhor, prédios novos ou históricos muito bem conservados, principalmente junto à zona turística, e do menos bom, quase mau, casas degradadas entre o centro e a estação Midi. Mas vale bem a visita. Hoje ainda vamos para Paris.
A primeira característica que se sente em Paris é a sua multietnicidade. É impressionante.
Os campos Elisios tem mais movimento, luz, animação de noite do que muitas avenidas parecidas de dia. É um espectáculo dentro do espectáculo que é Paris. O Lido, os cafés, o arco do triunfo, a Praça da Concordia, tudo iluminado!
A Simpatia francesa reapareceu. Estávamos nós a tentar perceber os preços e os bilhetes de metro de Paris, quando um simpático senhor se ofereceu para nos abrir as portas com o seu passe. Merci Paris.

Amesterdão



Dia 24

De Dortmund seu para ver a igreja central, uns prédios modernaços junto à estação e para ver que o pessoal acorda cedo, pois ainda o sol não tinha nascido e a estação já estava cheia de gente.
Chegamos à Holanda. Os países baixos, e são mesmo baixos, com pequenas quintinhas com aparente agricultura de subsistência, parecem pertencer aos senhores das cidades que se vêm divertir para o campo ao fim-de-semana. Também há os famosos moinhos, vaquinhas, só ainda não vi tulipas!!!
Amesterdão. Primeira impressão: é tudo caríssimo, mas mesmo muito caro. Segunda impressão: há imensa gente a andar de bicicleta. Terceira impressão: tem canais. Quarta impressão: a próxima vez que jogarmos com a Holanda vou festejar muito mais a nossa vitória pois o pessoal é cínico. Quinta impressão: o museu do sexo é barato.
O Red light district é indescritível. Só vendo. Os Coffee shops, onde não se bebe café, as sex shops, as janelas com meninas, indescritivel. Amesterdão tem um tempo muito instável. Já choveu e fez sol. Tem uma centena de museus. De Van Gogh a Rembrandt. O museu Rembrandt é por si um monumento, mas a sua verdadeira beleza está no interior. Ainda mais quando este pintor faz 600 anos. O Van Gogh também fica perto. A casa onde Anne Frank viveu, agora transformada em museu, é local de passagem obrigatória. Mas o mais interessante de Amesterdão é passear pelas ruas, o abrir e fechar do guarda-chuva, e o movimento frenético das bicicletas. Uma belíssima cidade não fosse os preços altos das coisas.
A praça central também é muito elegante assim como quase todos os prédios da cidade.
Agora vamos para Antuérpia, na Bélgica, para no dia seguinte ir para Paris.
Antuérpia é a capital da Flandres, uma das zonas para onde os portugueses enviavam o que traziam das terras do ultramar. Só pela estação central de Antuérpia já valeu ter cá vindo. Monumental. A Praça central é também cheia de edifícios com história, é pena estar em obras. É interessante verificar a diferença entre as pessoas de países tão próximos e tão pequenos. Os holandeses são mais libertinos, os belgas têm um ar mais sério. Os holandeses têm um tom cínico, os belgas parecem mais tios. Como poucos quilómetros fazem tanta diferença.

Berlim



Dia 23

Berlim está muito simpática. Arranjamos uma espécie de pousada da juventude, muito gira, toda arranjadinha e barata. Já agora fica a publicidade a pousada é "o circo".
Quem olha para Berlim dos dias de hoje vê uma cidade aparentemente sem história tal é a quantidade de edifícios novos. Mas se pensar na história recente da Humanidade, percebe que Berlim tem muita história e que foi reconstruída das ruínas da 2ªGuerra Mundial.
Começamos a visitar Berlim pela torre da televisão, alta e com um ar fresco apesar de já ser do tempo da guerra-fria.
A seguir aparece a catedral de Berlim, protestante, com uma cúpula gigantesca verde. O resto do edifício também é grandioso, como parece ser tudo nesta terra.
Depois aparece a Unter den Linden, uma enorme avenida com museus dos dois lados. Um passeio pela história e arte.
Ao final da "rua" estão as portas de Bradenburgo. Vamos até lá. As portas de Bradenburgo podem não ter a grandiosidade de outros monumentos mas tem um simbolismo quase inigualável.
Logo ao lado está o Reichtag (parlamento). Inigualável no aproveitamento das fachadas históricas e um inovador, e adequado às novas necessidades, edifício no seu interior.
Do outro lado das portas de Bradenburgo encontra-se o memorial ao Holocausto. Para nunca mais ninguém se esquecer.
No Sonycenter toda a pujança da arquitectura e engenharia modernas são mostradas ao mundo. De ficar de boca aberta.
Chegando ao checkpoint Charlie, ponto de passagem de Berlim ocidental para Berlim Oriental, uma série de murais contam a história recente do Mundo. Este era o ponto de separação entre 2 mundos, 2 maneiras de pensar, 2 formas de vida, que se defrontaram não de uma forma directa, mas por obtenção de supremacia. São explicados uma série de acontecimentos, como a Guerra do Vietname, os protestos e repressões no Leste, a crise dos mísseis em Cuba, o fim da Perestroika, até à unificação da Alemanha.
Outra das melhores características de Berlim são os transportes públicos. Em especial os que andam sobre carris. Fáceis de entender, com grande cobertura da cidade, e pelo que deu para ver, turista não paga, pelo menos a entrada não é bloqueada.
Por toda a cidade encontram-se partes do Muro de Berlim, mas só na East side Gallerie se consegue veros grafitis, os desenhos, sentir a frustração que seria para os habitantes da Alemanha de leste não poderem atingir o nível de vida que existia do outro lado. Marcante.
Berlim é uma cidade tão grande mas com uma aparente organização, que faz inveja a quase todos.
Não deu para subir à torre giratória do parlamento, mas fica para a próxima pois de certeza que vai haver uma próxima a Berlim tal foi a impressão deixada.
Agora vamos para Dortmund e depois para Amesterdão.
A caminho de Dortmund passamos por Wolfsburg. A terra dos Wolkswagen, onde sem sair do comboio vimos a fabrica original destes carros.
Há uma nova necessidade nesta viagem. Já foi a fome, já foi o sono, e também o calor, mas agora é o frio. Uma mantinha sabia bem. Quem veio preparado para a Europa de Sul, no Verão, chegar a Berlim ou Amesterdão e falta roupa. É preciso aguentar. Procurar os sítios quentes.
Dortmund também já faz parte do roteiro.

Praga


Dia 22

Praga é uma cidade cheia de turistas, e de facto merece.
Os seus 8 enormes museus para além da sua qualidade artística são também belíssimos edifícios. Começando pelo Narodni, que se encontra no fim da rua central de Praga, a Vaclavske, um dos nomes grandes deste pais. O Narodni, com os seus telhados verdes com incrustações em ouro é um monumento por si só.
No Bairro Nove Mesto encontra-se algum sossego do rodopio de turistas e conhece-se a Praga dos checos.
Voltando à Vaclavske, onde as lojas dominam, vamos em direcção à praça do Município e o seu famoso relógio astrológico.
Finalmente aparece o melhor de Praga. A Praça do Município. Toda ela muito especial muito bonita, colorida. Cada edifício com um requinte. Mas a jóia da coroa é o relógio astrológico que às horas certas apresenta uma figura diferente.
No Stare Mesto, o bairro velho, a beleza dos edifícios mantém-se. Essa parece ser a tónica de toda a cidade.
Passamos o rio Vlatava, onde a catedral de Praga, mas principalmente umas pequenas encostas, muito verdes, cheias de sombras, muito bem arranjadas, fazem as delícias de quem gosta dum passeio e dumas vistas arrasadoras sobre Praga.
A Catedral de S.vito é muito interessante, mas mal se pode dar um passo, tal a quantidade de turistas. Aliás toda a zona da catedral merece a visita, o palácio da Presidência e todas as outras igrejas que rodeiam a catedral.
A zona de Mala Strana, com o parlamento checo e uma série de casas palacianas, formam mais um grandioso bairro de Praga.
Na Ponte Karlov a vista para as 2 extremidades da ponte é saborosa. De um lado a catedral e mais uma série de edifícios com telhados extraordinários, do outro o gueto Judeu e a praça do município. Fantástico.
Do gueto judeu conhecido por Josefov, parecem só restar as sinagogas, o cemitério e as lojas!! O jeito para o negócio não se perde. E onde isso é mais visível é no facto de para ver uma sinagoga tem que se pagar. Não merece mais comentários. Assistimos à gravação de uma cena de um filme, parecia grande tal o aparato.
A Rep. Checa e em especial Praga merecem a visita. Por todas as razões e não apenas pela cerveja e as mulheres bonitas (que curiosamente devem morar noutra cidade ou estavam de férias no Algarve!).
Agora vamos para Berlim. A cidade europeia com mais história, história essa que ainda não vai assim há tanto tempo.
O próximo passo desta já longa viagem é para o pais onde falar nos transportes públicos é um insulto, passar no sinal vermelho é crime e pisar a relva é pena de morte!!!É claro que não é exactamente assim, mas está perto.
A Alemanha mostra a sua simpatia. Conhecemos um médico dermatologista que nos deu umas dicas importantes sobre Berlim!! Muito simpático e muito obrigado!

Bratislava


Dia 21

Bratislava começou com uma enorme caminhada a pé até ao centro da cidade, de mochila às costas. Bem não foi caminhar até ao centro pois a meio fartamo-nos de andar, apanhamos um autocarro, sem pagar claro, que nós não somos de cá.
Uma cidade pequena para uma capital, mas muito calma, bem arranjada. Vamos agora até ao centro do centro, a praça do teatro.
Muito arranjada, cuidada, com o Carlton no meio da praça, bonita.
A praça principal com as suas igrejas.
O palácio principal, rosa e com a sua praça.
Na catedral de Sto. Martim com a sua torre onde uma réplica da coroa húngara, em ouro, dá um brilho que ilumina o resto da cidade.
Do castelo de Bratislava a vista é larga. Mas o castelo também tem um charme especial.
Antes de partir, uma paragem no palácio da presidência, onde o orgulho desta jovem nação é exaltado a cada bandeira, que se mostra ao mundo em cada sopro do vento.
No final desta terceira semana o balanço económico é francamente positivo. Temos comido bem, dormido bem, e do orçamento previsto não foram gastos uns quantos euros. Já ocorreram imprevistos financeiros, mas já tivemos algumas benesses. Em termos turísticos correu tudo bem e em termos de resolução de problemas e aprendizagem com eles está a correr optimamente. Esperamos que continue.
O sono ontem era tanto que me esqueci de escrever isto. Chegamos à 1 da manhã a Bratislava, nós não sabíamos para onde ir, não tínhamos dinheiro local e só havia um taxista. Pagamos em dinheiro húngaro, uns trocos, e ele levou-nos a um sítio onde ficar.
República Checa, campos verdes, planos, plantados, florestas densas.
Passamos Brno. No comboio deu para ver a catedral. Bonita.
Logo a seguir a Brno o relevo da República Checa mudou. As planícies viraram montanhas, mas a paisagem continuou muito agradável.
Já arranjamos onde ficar em Praga. Numa pousada da juventude, o preço não foi mau, mas não há casa de banho no quarto. Mas é só por uma noite.
Amanhã há Praga, uma das cidades mais badaladas do mundo.

Viena


Dia 20

Budapeste já ficou para trás. O caminho agora faz-se para Viena.
Deixamos a Europa de Sul e parece que também deixamos o bom tempo! A chuva apareceu, esperamos que não seja para ficar.
As diferenças entre a Hungria e a Áustria, tanto no relevo como na vegetação, não são tão evidentes como entre a Roménia e a Hungria. A grande diferença está nas pessoas. Neste comboio não há quase conversas entre grupos de pessoas que viajam. Essas conversas existiam muito mais nos outros comboios. Há uma certa civilidade de não meter na vida dos outros, e que até agora não a tinha sentido como algo ofensivo e inclusive ajudava a uma viagem mais relaxada.
Por onde começar? Pelo palácio Schonbrunn. O palácio das princesas. Como qualquer menina imaginou quando era pequena, amarelo-torrado, janelas verdes, mas o melhor são mesmo os jardins. Indescritíveis. No seu interior o palácio não desilude e preserva o brilho imperial.
A visita segue para o centro. Saindo na estação de Karlplatz em direcção à opera, grandiosa e com o hotel Sacher e o seu afamado bolo de chocolate logo atrás. A fama é tanta que já quase não se consegue entrar no dito café/hotel.
O Hofburg, com toda a sua enormidade, está convertido em museus e galerias de arte. Boa aposta.
O Hofburg e todos os edifícios circundantes devem formar uma das mais grandiosas zonas do mundo. Todos os edifícios são monumentais e estão muito bem conservados e estão em uso.
No palácio Belvedere o encanto de uma cidade monumental continua.
Encontramos, já sabíamos que eles cá estavam, os tios da minha parceira de viagem.
Viena já está. Agora vamos dormir a Bratislava. Ou pelo menos tentar. Os tios ofereceram-nos um jantar num dos restaurantes mais in de Viena. Soube bem mais este toque de requinte.
Mas com o jantar e um horário mal visto e com uma dose de sorte e depois de ter equacionado mil hipóteses, lá vamos a caminho de Bratislava.

Budapeste


Dia 19

Quando chegamos à carruagem estava lá um senhor de meia-idade, já vinha de Bucareste. Foi sempre simpático mas quando vinha o revisor ele ia com ele lá fora e entregava-lhe umas notas. Na passagem da fronteira Hungria-Roménia, nenhum problema. Quando já estávamos a chegar a Budapeste ele pediu-me para sair do meu lugar, sempre muito simpático. Ele levanta o meu banco, pega numa chave de fendas e debaixo do meu lugar começa a tirar Cd's, K7's, tabaco, e um pacote que não deu para identificar o conteúdo. Foi emocionante. Agora o problema põem-se. Denunciar ou não. Será que o risco de uma operação destas é compensado pelos lucros. Se a policia quisesse podia descobrir isto facilmente tal é a rudimentaridade. Mas será que a policia se interessa. É assim que entram na UE uns quilos de tabaco, Cd's e K7, mas poderia ser algo muito mais perigoso. Será que nos podemos sentir seguros? Quando ainda à uns anos eles faziam parte da origem do tráfico.
Já estamos em Budapeste. Não foi fácil tomar decisões. Pois alguma coisa vai ter que ficar mal vista, pois as viagens são muito curtas e não dá para passar a noite na viagem. Por isso vamos ficar hoje em Budapeste e logo se vê.
Vamos começar pela Buda e depois à Peste. E qual é o melhor sitio para começar a visitar Budapeste senão a sua Cidadella. A vista é soberba. O Danúbio continua azul como nunca.
No mercado Central sai-se um pouco do circuito turístico e vê-se o dia-a-dia dos húngaros.
Ao passear nas margens do Danúbio a inspiração que já iluminou outros, dá-nos vontade de continuar pelas ruas carregadas de edifícios monumentais e por outros mais simples e recentes.
A próxima paragem é na catedral de Sto Estevão (ou qualquer coisa parecida) a maior da Hungria. Grande por fora, ostensiva por dentro. Cheia de mármores, candeeiros cobertos a folha de ouro assim como os tectos. Bonita.
A ópera tem o seu requinte exterior mas principalmente interior.
E chegamos ao parlamento, o monumento mais importante de Budapeste, talvez da Hungria. Com os seus telhados vermelhos e as suas fachadas que já foram brancas e agora escurecidas pelo tempo e poluição da cidade.
Na ilha Margarit (Margarida) encontram-se relaxantes sombras e fazem-se revigorantes passeios.
Depois há uma série de templos e igrejas todos muito diferentes e interessantes.
O Palácio Imperial, símbolo do império Austro-húngaro ainda tem a imponência desses tempos.
Para fim de visita a Budapeste nada melhor que uma sopa Goulash, com paperika, um dos produtos nacionais.
Budapeste é também um destino com bastantes portugueses, preços baixos, alguma qualidade, são o atractivo principal.
Hoje encontramos uns tugas, todos surfistas. Foi de rir vê-los a falar.
Amanhã vamos para Vienna.

Roménia


Dia 18

Bucareste. Um movimento frenético de carros de marcas nunca vistas, todos os bairros com aparência de bairros sociais, as pessoas com aparência cigana mas não vestidos como nós estamos habituados, mas sim de uma forma ocidentalizada, preços muito, muito baixos, monumentos só mesmo os edifícios de arquitectura mais ou menos moderna, como o edifício da Generalitat, que destoa de tudo o resto. O parlamento merece visita. Os turistas parecem pérolas que todos querem apanhar. E isto é o melhor que a Roménia, em termos de cidade tem para dar. Por isso vamos para Brasov, Transilvânia, a terra do Conde Drácula.
Caminhamos para o norte da Roménia e toda a planície desaparece, para dar lugar a altas montanhas, verdes e onde por vezes se encontram pequenas quintas com um lado rústico e bonito.
As vezes é difícil perceber como é que esta gente consegue viver. Os preços das coisas são talvez o elemento que mais cativa neste pais onde a pobreza é rainha e devido à quantidade torna-se difícil de assimilar.
Um edifício mais recente destoa assombrosamente dos outros que parecem cravejados de balas.
Brasov também é assim.
Finalmente Bran, a terra do Drácula. Não foi fácil lá chegar mas chegamos. Tivemos que apanhar um autocarro. É aparentemente o local mais turístico da Roménia, vamos ver se assim não perdeu algum do seu encanto.
Bran, dominada pelo seu castelo da época medieval, imortalizado pelas histórias do Drácula, foi durante muitos séculos símbolo do poder na região. Toda a região vive da história do Drácula, pois essa é a verdadeira razão que traz os turistas!!
A Roménia deixa uma boa impressão, mas também alguma pena, pois nota-se que há, algumas pessoas, poucas, a viver bem com confortos ocidentais, e outras que vivem em extrema pobreza.
Agora vamos para a Hungria, já integrada na UE mas ainda sem os padrões médios desta. Vamos ver. Vamos também com uma visão mais alargada do que há no mundo e relativamente perto de nós.

Turquia Bulgária Roménia



Dia 17

A fronteira turca é de facto indescritível. Hoje para além de tudo o que já se tinha passado da outra vez, estava infestada de gente dos países de leste, a feder a sei lá o que e que não tem a menor capacidade de organizar uma coisa simples como uma fila.(isto é a pura verdade sem qualquer tipo de atitude discriminatória). E depois refilam se uma mulher lhes passa à frente para ser atendida primeiro. Experimentem!!
Já fizemos mais uns amigos. Uns alemães que ficaram no nosso compartimento a caminho de Bucareste.
Tem coisas boas e más viajar com companhia. Primeiro temos de fazer conversa o que é bom, mas quando se quer dormir é difícil pois alguns não querem dormir.
O alemão parece o doctor Fritz das ss. O engraçado é que o último nome dele é Fritz!! Assustador.
Uma das coisas mais agradáveis de viajar de comboio é estar à janela a sentir o vento resultante do movimento do comboio e ver as paisagens que cada sitio tem para oferecer. Muito agradável.
O funcionamento dos comboios nesta parte da Europa é muito interessante. Cada vagão tem um controlador que faz toda a viagem que esse vagão vai fazer. A constituição inicial do comboio não é a mesma que à chegada. Ou seja nós partimos de Istambul, onde havia vagões que iam para Sófia, Belgrado e Bucareste. Mas os vagões vão desligando-se desse comboio e ligando-se a outros conforme o seu destino. Parece confuso mas é muito simples e os passageiros quase não dão por isso, e principalmente não precisam de estar a mudar de comboio no meio da noite. Só saem mesmo para ir ter com os guardas fronteiriços da Turquia.
O dia de hoje está a ser passado em viagem. Ainda bem que trouxemos alguma comida. Mas tem sido agradável, com os nossos amiguinhos alemães e com as excelentes paisagens que a Bulgária nos tem oferecido. Algumas mesmo fascinantes.
Basicamente temos estado a dar a volta à Bulgária de comboio. Já estivemos junto ao mar Negro agora estamos a ir paralelamente à fronteira com a Roménia. Espero ainda chegar a tempo de ver algo de Bucareste.
À mulher de César não basta ser séria, tem que parecer e nas fronteiras entre estes países que estamos a atravessar, há sempre uma sensação de tráfico. Não se sabe bem de que mas tem-se essa sensação!!
Uma das profissões associadas aos comboios são uns senhores que fazem as ligações entre as carruagens, ligando uns cabos e uns ganchos. Importantíssimo e interessante.
Já estamos na Roménia. E começou logo a deixar boa impressão. Pois o polícia fronteiriço, para além de fazer o seu trabalho correctamente, conseguiu ser simpático e ainda mandou umas piadas. Parabéns Roménia.
Uma distância de alguns quilómetros e tudo muda. O relevo, na Roménia muito mais plano e cultivado, a língua, agora nós percebemos alguma coisa do que está escrito, as pessoa, são aparentemente mais simpáticas e prestáveis. Vamos ver.
Bucareste deve estar a aparecer. Depois de bastantes horas no comboio, uma volta à Bulgária, estamos a chegar.
Momento fantástico!!!No pôr-do-sol, o céu apresentava uma paleta de cores entre o laranja, o amarelo, o azul claro e o azul-escuro. Num instante o céu ficou azul-escuro. Inesquecível. O pôr-do-sol da Roménia... Indescritível. Talvez inigualável.
Chegamos a Bucareste. Entender o dinheiro deles foi difícil. Pois 10000=1. Ou seja uma é a nota antiga, a outra é a actual. O custo de vida é baixíssimo. Com uns tostões comprasse pastéis para vários dias. E o povo tenta sacar mais uns trocos a todo o custo. É a vida, dura.
Amanhã vamos ver Bucareste e talvez Brasov, a famosa Transilvânia do conde Drácula.
A casa de banho do hotel onde nós vamos ficar tem chuveiro mas não tem base, ou seja tomamos banho no meio da casa de banho, a molhar tudo.

Istambul


Dia 16

Mesquita azul! Todas as tradições foram cumpridas! Tiramos os sapatos, tapamos os sitios devidos. Uma boa experiência!!A mesquita tal como todas elas, não tem figuras humanas ou animais. O pessoal reza virado para Meca, com o rabinho para o ar, tem o seu ritual. Nós não entramos pela mesma porta que os Muçulmanos. As mulheres têm um lugar separado dos homens, incrivelmente mais pequeno! Onde lêem o Corão.
O grande Bazar é grande mas difícil de encontrar, lojas diferentes de metro em metro e onde negociar é obrigatório!! Está também cheio de pessoal a andar de um lado para o outro!! Nós não somos espanhóis!! Portugal existe!!
No bazar egípcio ou das especiarias o cheiro sente-se à distância .
No palácio do Sultão os tesouros, quase todos oferecidos, ou vindos de terras dominadas, podem ser considerados insultuosos, se pensarmos no nível de vida do resto da população!! O Palácio contém também um dos pontos mais sagrados para os muçulmanos, pois numa das suas salas encontram-se vários objectos e restos mortais do profeta Maomé.
Vamos a caminho de Bucareste. Não sabemos muito bem a que horas o comboio lá chega, nem se depois vai dar para ir para Budapeste. Logo se vê. Quanto a Istambul, mereceu claramente a visita.

Istambul


Dia 15

A Turquia não está muito interessada em entrar para a UE. É tal a burocracia para um cidadão da UE entrar neste pais que mais parece que não nos querem cá. Se não nos querem cá nós também não vos queremos lá, na UE.
A Turquia, na sua parte Europeia, é plana e cheia de plantações de girassol.
Istambul deve estar ai a rebentar.
Os maiores desejos neste momento são tomar banho e comer. Vamos ver qual vai ser atendido primeiro.
Comer foi primeiro. Mas já temos onde ficar também!
Enquanto comíamos encontramos um português que está cá a estudar cultura bizantina! Vamos com ele ao Hagia Sophia!! É o Hugo.
Hagia Sophia, o templo da sabedoria, agora transformado em museu. Já pertenceu a várias religiões.
O nosso amigo Hugo pagou-nos a entrada e um táxi para Taksim uma das zonas mais movimentadas da cidade. Tem nos explicado tudo. É preciso sorte!!!
OS DADOS PESSOAIS QUE ELE NOS DEU FICAM SÓ PARA NÒS!!
O que dizer de Istambul?? Um movimento frenético a toda a hora, cheio de tradições muito particulares.
O ponto de encontro das civilizações é feito com algum pacifismo, e com uma mistura louca e cómica.
Em Istambul encontra-se tudo. E Istambul tem também o Hugo!! Fantástico!!
Amanhã vamos ao palácio imperial, ao grande Bazar e a uma das mesquitas, a mesquita azul.
Se correr tudo tão bem como hoje, Istambul há-de ficar na memória.
Istambul tem mercados de rua, onde se podem encontrar peças originais de marcas com nome, que são "perdidas" nos carregamentos dos barcos.
Tem o Kebab de peixe, não é mau, e tem o tal movimento de pessoas que é de facto impressionante.

Sófia


Dia 14

Na Bulgária, pelo menos até a Sófia, porque isso logo se verá, são tudo restos do período áureo do comunismo. Pouco se deve ter feito depois disso. As próprias pessoas parecem ainda acabar as frases com camarada!!!
Nota-se a cada momento as diferenças para a Europa comunitária. E a Grécia nem é dos seus expoentes máximos.
Os carros são quase todos modelos com 30/40 anos.
Sófia é um contraste entre edifícios antigos e outros relativamente modernos.
A população tenta, pelo menos algum pessoal sacar (com oferta de visitas, informações) uns trocos aos turistas, que não são muitos. Será só hospitalidade??
Sófia é a Las Vegas da Bulgária. Numa só rua estão pelo menos 3 casinos.
Ideia genial, os semáforos apresentam o tempo que vão estar verdes, vermelhos. Assim dá para ver se se espera muito, se dá para passar!
Mas Sófia tem também a estátua da sua padroeira, uns quantos museus, igrejas ortodoxas, cortes de cabelo á Marco Paulo quando ele era top de vendas.
O Memorial-Catedral Alexander Nevski e o parlamento búlgaro são talvez os edifícios mais emblemáticos e marcantes.
Sófia e a Bulgária são de facto uma cidade e um pais de contrastes. Encontra-se uma biblioteca que não se vê em muitos sitios dos países ditos 1ºmundo, mas também se encontra degradação e pobreza que não se encontra noutro lado.
Maior aventura em Sófia... passar uma rua. Há poucas passadeiras e nas que há os carros não param.
Dobradan - Bom dia em búlgaro. Em grego é kalimera.
Sófia, saindo um pouco do centro turístico, encontra-se toda aquela imagem soviética. Os prédios iguais, os carros iguais, mas com mais anos em cima, o que dá para ter noção do que era a vida por estas bandas à uns tempos.
Tem coisas muito más, mas também coisas muito boas, o que transmite a esperança de que existe a possibilidade de sermos todos iguais mas um pouco melhor do que fomos.
O custo de vida é mais ou menos metade de Portugal.
Vamos para Istambul. Outra cultura, outra religião, outra língua.
É pena que o comboio que nos vai lá levar esteja atrasado 3 horas. E a culpa nem é dos búlgaros. É que o comboio já bem de Belgrado.
Portugal em búlgaro: roptyrArNR (ou algo parecido).

Grécia


Dia 13

Primeira alteração nos planos de viagem. Estávamos a pensar ir hoje para Istambul mas afinal devemos ir para Sófia. As razões são económicas, de planeamento e conveniência. Vamos para a Bulgária!
A simpatia dos gregos deixa de facto muito a desejar! Somos os ciganos do comboio.
Vamos a caminho de Salónica e parece que todos os lugares estão ocupados!! Já mudamos de lugar umas quantas vezes. É uma das características do interrail.
A Grécia é aos altos e baixos, muito verde, em que cada montanha podia ser a casa perfeita para Deuses.
Nesta viagem já aprendi várias coisas. A dar valor ao dinheiro, ao conforto, a coisas tão simples como uma cama ou um banho, a agradecer ao senhor que limpa o chão, que na maior parte das vezes é mais simpático e prestável que o que está sentado no balcão das informações, a saborear intensamente os momentos positivos, a não abalar com os negativos mesmo que às vezes eles custem a passar, que é muito bom viajar seja em que circunstâncias for e muitas outras coisas que agora não me lembro!! Lembrei-me de outra coisa. Muitas vezes as pessoas olham para os chamados mochileiros com desprezo. Sabem lá elas quem sou ou vou ser. Não se pode julgar as pessoas pela sua condição ou apresentação. Tem que pelo menos ser tratadas com respeito. Já senti olhares de pessoas, com desprezo pelo simples facto de andarmos de mochila às costas e às vezes dormirmos nas estações enquanto esperamos pelos comboios. A conclusão que consigo tirar é que essas pessoas não tem noção do privilégio que é ter conhecido 10 cidades em 2 semanas, de ter passado por situações que passei, tê-las resolvido o melhor possível e estar aqui cheio de vontade de continuar! Eu respeito a sua vontade de viverem a vida delas, e não incómodo.
Vamos a caminho de Salónica e depois vamos para Sófia. Temos umas horas para ver Salónica.
O meu nome em grego é vovo (ninvo) ou qualquer coisa parecida. Portugal escreve-se roptoyaxia(mais coisa menos coisa). Abecedário grego básico A-A B C-K D E F-o(com um traço vertical) G-V H I-I J L-X M-M N-V O-O P-M Q R-P S-(SIMBOLO SOMATÓRIO) T-T U V X Z.
Mais uns amiguinhos, o que pena não eram australianas. Gregos, estudantes, de Salónica. Deu para saber umas coisas da Grécia. Que o Karagounis e o Katsoranis são sex-symbols.
Salónica, quente, movimentada à noite, cheia de publicidade, e com a Torre Branca, talvez o seu maior monumento. Cidade moderna, a metrópole do norte da Grécia. E há também uns castelos a norte da cidade e o porto. Tudo o resto é boa comida e falta de tempo, mas merece a visita.
Se houvesse um comboio que representasse o bloco de Leste durante a guerra-fria, seria este que nos vai levar até Sófia. Acentos de couro, sem climatização, sem luz, um espelhinho, tudo cheio de remendos. Cheio de Búlgaros, Romenos e outros. Cinematográfico.
Passar a fronteira e entrar na Bulgária é uma experiência, um acto de mudança

Atenas


Dia 12

Atenas. Chegamos a uma estação que não era a principal. Vamos para a estação central. Mas não há comboios para lá!! Temos que ir de autocarro! Mas onde fica a paragem? Difícil de descobrir quando pouca gente fala inglês e nunca de uma forma fluente.
Larissa, Larissa. Lá chegamos , na estação central tanta falta de informação como na outra ou seja estamos cheios de sono, vamos arranjar um sítio onde ficar e sonhar que logo vamos à Acropole, o berço da sociedade.
Atenas tem um vento quente, muito quente e também a Acrópole, vamos vê-la.
A Acrópole é impressionante, assim como o preço para vê-la por dentro. Assim ficamo-nos por fora. Ainda assim é impressionante.
E inesperadamente aparece o melhor da Acrópole. O monte Aeropagos com excelentes vistas, uma excelente vista para a Acrópole e a Ágora e o melhor mesmo é o vento que se faz sentir, fresco, uma delícia.
O bairro de Plaka, muito bem arranjado e cheio de restaurantes, tabernas, é dos mais típicos de Atenas.
No estádio Olímpico de Atenas (o mais antigo) sente-se o suor do esforço de uma maratona, sente-se o orgulho da vitória final.
No jardim nacional atrás do palácio Zappeion, a sombra das árvores e o cantar dos pássaros funcionam como o antídoto perfeito para recuperar forças tiradas pelo caminho e pelo calor.
Há também algumas igrejas bizantinas, todas com um estilo arquitectónico muito semelhante e particular.
No mercado Flea encontra-se de tudo um pouco, de bijutaria a sapatos, roupa militarizada a joalharia.
Em Atenas, pelo menos nos que nós andamos, não se paga nos autocarros. Medida social de incentivo ao transporte público. Menos poluição, menos transito. Muito bem.
E por fim chegamos à Atenas dos atenienses. Já quase sem turistas e que tem como centro o porto. É a zona de Pireu. O porto é enorme. Do velho porto da Grécia antiga parece só restar a localização e a grandiosidade.
Atenas tem 2 faces. Uma histórica, bonita empolgante. Outra mais cinzenta, actual.
Em Atenas podem encontrar-se ruínas com 3000 anos, que nos lembram aquela imagem de sociedade organizada e culturalizada. Pode já não ser assim mas a história já não se apaga.

Corfu


Dia 11

Já estamos a ir para a cidade Corfu de autocarro. Dá para ver a ilha verde em terra e azul esverdeado no mar.
Sidari é mais uma entre muitas colónias de verão britânicas.
Corfu é montanhoso e tem muitas oliveiras, azeitonas essas que são muito utilizadas na gastronomia local.
Quanto às pessoas há algumas muito hospitaleiras, outras nem tanto, facto que não deve estar dissociado do proeminente nariz que algumas apresentam, o que lhes confere um ar sério. Os gregos são mesmo aduncos.
Não deu para ver Corfu cidade pois mal chegamos de autocarro, tivemos só tempo de comer qualquer coisa e embarcar rumo a Patras. Mas pelo mapa e pelo que deu para ver é uma cidade dominada pelo seu porto.
Agora vamos fazer mais uma viagem de barco. Sol, piscina e belas paisagens é o que há entre Corfu e Patras.
Patras, capital europeia da cultura 2006, tem um magnífico pôr-do-sol, umas montanhas que a limitam, um porto que a abre ao mundo, quanto ao resto não deve dar para ver. Pena.
Patras surpreende. Há tempo até partir para Atenas.
Patras tem ruas cheias de bares, restaurantes e cafés. Parece ter uma vida nocturna acessa!
O hábito faz o monge! Criamos e fomos levados a isso, o hábito de deitar cedo e acordar cedo. Agora temos que aguentar mais um pouco até ao comboio para Atenas chegar e estamos cheios de sono...

Corfu


Dia 10

Viemos para um parque de campismo hippie. Com uma praia perto, pelo menos foi o que a senhora que nos tentou disse. Claramente fomos tentados pelo preço baixo e pelas praias e pelo facto de estarmos com sono e só querermos um sítio para dormir. Vamos ver se se torna um cataclismo ou se se salva alguma coisa!
Encontramos uma praia com uma aparência relativamente normal para nós. O mar é quentinho, está sol, vamos relaxar e bronzear. No caminho para este pequeno paraíso tivemos que atravessar um pequeno pântano que ia ficando com uma das nossas sandálias, mas salvamo-la!!
Hum!! Que delicia!! Comer uma salada grega, bem temperada a ver a costa montanhosa, mas muito calma da Albânia. A seguir arranjar uma sombrinha, a ouvir o som das ondas, pequenas, a rebentar na praia e dormir uma soneca. Sabe ainda melhor depois de nos últimos dias ter andado a passear por cidades cheias de turistas.
O grego simplesmente não se percebe. mas há sempre alguém que fale inglês, mas se não há, há sempre uma língua universal, gestos.
O pessoal que está no campismo tem mesmo um ar meio janado. São hippies de nova geração. Pacíficos sem causa. Mas a água quente no banho, a praia não é má de toda, tirando algumas ventanias que fazem lembrar Esposende, a paisagem é bonita. Não foi tão má aposta como isso.
As espetadas gregas merecem toda a fama que tem, são deliciosas. Há também uma espécie de lasagna com batata que merece ser apreciada.
Amanha vamos para a cidade que dá nome à ilha corfu. À noite devemos ir para Patras.

Bari



Dia 9

As limpezas nos Wc públicos são tema recorrente num interrail.
Desde que começamos já tivemos esse prazer 3 vezes. É um processo com fases, sempre acompanhadas da vigilância das nossas coisas.
1ª fase Descarregamento de líquidos e/ou sólidos.
2ª fase Lavagem de dentes/sovacos/tronco/cara.
3ª fase Lavagem de cabelo (complicado mas exequível, que com a prática se torna simples)
4ª fase Mudança de roupa
5ª fase Vamos para a cidade que já é tarde.
Bari parece não ter muito para ver, mas nós também só cá viemos porque o barco para a Grécia parte daqui. Contudo estamos à espera que o posto de turismo abra para podermos confirmar essa expectativa.
Bari afinal sempre tem algo para dar.
Calma, pelo menos a uma segunda-feira de Agosto, aparentemente segura, uns teatros elegantes, um castelo normanno svevo (que deve ser normando suevo) mas não há certezas, a catedral de S. Sabino muito sóbria mas bonita. É aquela cidade tipicamente do sul de Itália que nós conhecemos do filme "a vida é bela".
A tarde foi passada a apanhar sol na costa sudeste de Itália, em indecisões sobre como vai ser na Grécia. A ver o "tratamento" que os polvos recebem após pescados e mortos, nada agradável. A ver caranguejos a comer e a andarem para trás.
A próxima noite ao contrário do que se possa pensar não vai passar sobre carris mas vai deslizar sobre as águas, em especial as do mar adriático.
Não há cama, há barco, não havia duxe, agora já há. Em conclusão não sei se a noite vai ser melhor. Amanhã vê-se!
Conhecemos, hoje, uns holandeses. Com uns nomes estranhíssimos. Passamos uma boa parte do tempo a falar e a jogar cartas. Tentei ensinar-lhes a jogar King, sem sucesso. Também vão para Corfu.

Veneza


Dia 8

Veneza, o que dizer desta cidade?
Única em tudo, nos seus canais, nas suas gôndolas, nas suas tradições, nas suas pontes, no pagar o mapa que se vai buscar ao posto de turismo (até agora foi a 1ª vez).
A ponte Rialto, a ponte dos suspiros, a basílica de S. Marco, o grande canal, a torre de Campanille, são alguns dos marcos desta cidade, mas o mais interessante é passear nas ruas e pontes. Ver o movimento dos canais, os barcos-patrulha, os barcos-taxi, os barcos-ambulância, os chinocas nas gôndolas( é que é muito caro e só mesmo eles podem pagar!!)
A linha de barco-bus que dá a volta à cidade é muito agradável, apesar de sermos ultrapassados por todos, por todos os lados!
Mas o melhor de Veneza vem quando já ao fim da tarde, já perto da despedida, com os músculos cansados, a uma sombra, a música começa a tocar, puro jazz ao vivo sai para toda a praça de S. Marco. Sabe bem.
A noite de ontem para mim foi dormida, mas no chão do comboio, foi-se dormindo, embalado.
A minha parceira amedrontou-se com os "terroristas" paquistaneses que faziam tiquetaque e que não paravam de mexer no cinto!

Roma



Dia 7

Uma verdadeira procissão até ao Vaticano.
O metro estava cheio. A fila para o Museu do Vaticano dá a volta ao estado do Vaticano. O Vaticano está cercado!!!Entram no museu do Vaticano 20000 pessoas por dia, o preço médio do bilhete é 10€, façam as contas!!!
A praça da Basílica de S. Pedro é calma, sente-se paz.
Na Basílica de S. Pedro vimos os túmulos dos papas. O túmulo do papa João Paulo II é incrivelmente simples.
A Basílica de S. Pedro não parece um local de culto, mas sim puramente turístico. Vimos o tumulo de S. Pedro, a Pietá (Cristo morto no colo de Maria), a capela do Sto. Sacramento.
O dress code do Vaticano é interessante. Não se pode entrar tendo à mostra joelhos e ombros. Nós já sabíamos disso e por isso viemos de calças e t-shirt de manga mais comprida. Mas logo após a saída da Basílica e em plena praça de S.Pedro, tiramos as calças e ficamos de calções e saia...
A Praça Navona, cheia de restaurantes, artistas de rua, fontes.
O Panteão é do tempo dos imperadores romanos, está muito bem conservado e é um dos melhores exemplares desses tempos.
Comemos um gelato italiano, uma verdadeira experiência, as pastas e as pizzas também são muito boas. A rua venetto tem um glamour de poucas, com os seus hotéis e cafés de requinte.
Depois de uma noite muito boa, a próxima advinha-se difícil. Vamos a caminho de Veneza.
A noite podia ter corrido mil vezes pior. Dormimos no comboio e depois na estação de Veneza.

Roma



Dia 6

Chegamos a Roma, arranjamos um quarto para ficar e fomos dormir. O prazer que é estar deitado numa cama!!!
Dormimos até à 1 da tarde, hoje à tarde vamos visitar Roma.
Os romanos devem estar loucos. Fomos levantar 40 euros no multibanco e deram-nos 100€. O mais provável é as notas de 20€ estarem trocadas com as de 50€.
Começou Roma.
O Coliseu é colossal, o Palatino e o foro (assembleia/parlamento) estão um pouco em ruínas, mas dá para sentir o peso do tempo. A fonte de Trevi é turística, quase não há espaço para mais ninguém, mas é bonita e dá sorte!!! O escadório de Trinitat dei Monti (famoso pelos seus desfiles de moda) é igualmente muito cheio de turistas.
Jantamos pasta que soube pela vida. Amanha há Vaticano e mais Roma.

Milão


Dia 5

A viver uma enorme experiência na minha vida.
Arranjamos, mesmo sem sequer saber os nomes, 1 casal de canadianos, que chegou à estação de Génova à mesma hora que nós, sem sitio para onde ir, com comboio à mesma hora.
Ficamos a dormir no chão da estação. Combinamos que 1 dos rapazes ficava de vigia. Até às 4 horas locais fico eu acordado. Depois fica ele. Cooperação internacional ao mais alto nível.
Temos um mendigo aqui a dormir ao lado.
O trabalho de vigia é um processo de avaliação. Avaliação de riscos e potenciais riscos. Há uma postura base de atenção que deve ser sempre mantida. Depois quando aparece alguém é preciso avaliar o potencial de risco que esse indivíduo nos pode causar. Em casos em que esse risco sobe é importante uma mudança de posição, um retesar de músculos, para demonstrar que estamos atentos e preparados para entrar em acção. Esperamos que isso não seja preciso, mas estamos preparados.
Já por aqui passaram africanos, asiáticos, latinos, mas com aparente aparência italiana não. É a globalização.
O grau de concentração é tal que vem um pequeno vento, mexeu um pequeno pedaço de papel, faz um barulho, a atenção vira-se logo para esse ponto de onde vem o barulho.
Há outro mendigo por perto, ouço o rastejar dos cartões no chão.
Lá para as 2.23, quando ainda falta uma hora para o fim do meu turno, entrou na estação uma ambulância. Veio buscar alguma coisa, ou dar apoio a alguém. Já se vai embora, eu não vi ninguém a ser levado para dentro da ambulância, é porque foi falso alarme. O primeiro mendigo soltou uns suspiros de quem não sabe como chegou onde está, o segundo já acalmou não se ouvem as raspadelas.
Os meus parceiros dormem, parecem descansados.
Depois de algum movimento inicial, tudo isso desapareceu. Ninguém passa por aqui. Devem ter se intimidado pelo meu poder físico!!! hehe. Isto só tem um mal, dá sonolência, amolece. Para combater isso, alguns exercícios de yoga.
Resultaram, já estou mais desperto.
Acabou de passar gente. Não lhes consegui tirar a pinta, a nacionalidade.
Há foguetório, o mendigo também se peida. O mendigo 1 deve ter ficado borrado.
Entrou na estação um "aparente" mendigo à procura de um "quarto" vago para dormir, fez algum barulho. Acordaram os meus 3 parceiros e o mendigo 1. Mas sem dizer nada viraram-se para o outro lado e continuaram a dormir. Se amanha lhes falar disto, o mais provável é não se lembrarem.
Um mendigo 4 apareceu a vender um livro, e cravar um cigarro. Eu não fiquei com o livro, ele não ficou com o cigarro, até porque eu não tinha o cigarros mesmo!!
Entrou agora um velhote gordalhufa com o chapéu branco na cabeça e são 3.14. Muito estranho.
Quem é que a esta hora decidiu fazer mudanças?? Ouviram-se 2 estrondos. Será que estou a sonhar??Não.
Uma das coisas que penso quando estou sozinho é nos dramas, nas alegrias, dentro de cada imagem que os nossos olhos vêem. É divertido e entretêm.
Deixou de passar gente, mas veio um vento mais frio, há que fazer uns exercícios!!
Andrea e Cedric, ainda havemos de nos encontrar.
Milão, a cidade elegante, vai ser encarada com suor debaixo dos braços, mas um bocadinho maior como pessoa.
"Tomar banho" no WC foi giro, e por incrível que pareça fiquei a cheirar bem.
Milão tem uma coisa, as pessoas podem não ser bonitas, mas têm estilo.
Tem também uma MegaStore da armani com tudo o que se possa imaginar. Desde armani i flores, armani i casa, e por ai adiante.
O teatro Scala quase passa despercebido, só tem mesmo o lado mítico, as galerias victor emanuelle são muito interessantes, a catedral de Duomo é grandiosa.
Comemos uma pizza, estamos em Itália certo??
À tarde andamos às "compras" nas ruas mais de Milão, fomos ainda ao local onde o Leonardo da Vinci pintou a "última ceia".
O cansaço começa-se a sentir, amanha provavelmente vamos descansar. É um ritmo duro. Ainda assim hoje vamos para Roma.
Já chegamos a Roma. A viagem foi muito esquisita, cheia de coincidências. Coisas estranhas. A chegada também foi um pouco estranha, pois estávamos a dormir, acordamos, perguntamos onde estávamos e era a estação onde tínhamos de sair.

Nice Mónaco



Dia 4
Simpatia francesa. Eu e a minha parceira ficamos em compartimentos (camas) diferentes, mas a simpatia e o romantismo francês fez a diferença e juntou-nos. E isto ficaria muito caro, mas não ficou, não pagamos mais nada. É a simpatia francesa.
Acordar e ver o mar da Riviera, um sol que aquece, veleiros no mar, casarões em terra, e ainda por cima dormi relativamente bem. É daqueles momentos em que apetece dizer: é muito bom viver.
Nice é bonito e arranjadinho, mas está cheio de obras. O paraíso dos engenheiros.
Nice, onde um pequeno almoço fica mais caro que vários almoços e jantares juntos, (Nice é também caro) e um hambúrguer no McDonalds em Barcelona fica 50 cêntimos mais barato que em Nice.
A tarde vai ser no Mónaco, a ver carros potentes e barcos potentes e casas potentes. Se Nice é caro vamos ver no Mónaco.
Mónaco é tudo o que já disse mais turistas. Vive à custa disso, da procissão ao palácio real, à marina, ao casino. Pouco mais há a dizer. Tirando claro a oficina da Ferrari onde 18 ferraris descansavam. Havia também um para venda. E até estava a um bom preço. Mas como ainda tenho quase um mês de interrail pela frente, mandei só reservar e venho busca-lo à volta.
O casino do Mónaco é indescritível, aliás o casino não, o exterior do casino. Acho que estão cá todos os carros de topo que existem. Acho que não falta nenhum.
Já vamos a caminho de Itália, da terceira língua diferente e tal vez da noite mais difícil de todo o interrail. Vamos dormir, ou tentar, enquanto esperamos por comboio para Milão.
A estação-casa-cama, por umas horas, vai ser a estação de Génova. Nos próximos dias vamos ter que apertar os custos. É noite de lua cheia e a noite promete.

Barcelona



Dia 3

Que dizer de Barcelona? Cada Rambla com o seu movimento próprio, cada prédio com o seu requinte, cada país com o seu representante. É um movimento muito pessoal, que todos vêem mas poucos conseguem sentir.
Gaudi tem o seu próprio estilo, Domenech também está presente. Barcelona vibra e sente-se.
La Pedrera é diferente, Casa Battló também, a Sagrada família está em obras, a Casa de les Punches é mais sóbria, a zona Universitária é enorme, Colombo, o fim das Ramblas (onde à noite quem reina são as mulheres da vida) é cheia de gente.
Barcelona é assim, cheia de gente, cheia de calor. Agora temos um par de horas antes de partir para Nice. Vão ser passadas entre as Ramblas e a praça da Catalunha.
Acho que estou a ficar viciado nisto de mudar de paisagem todos os dias. É muito bom.
Interrail já dá dinheiro... numa máquina de comprar bilhetes para os comboios estava uma moeda encravada. Encontrar não é roubar. 1euro...
Barcelona está para as costas. Na viagem para Cerbere (que depois nos vai levar para Nice) já fizemos 2 amigas. Australianas, já estiveram no Sudoeste asiático, em Londres 4 meses e agora andam pela Europa. Também vão para Nice.
Cerbere revelou-se o início do interrail. Passamos as quase 2 horas de espera a conversar com 4 portugueses do Porto. Muito simpáticos. História cá, história lá e já estamos a caminho de Nice.
Mais uma noite que vou dormir deitado. Rodeado de asiáticos, polacos e muito mais.
O interrail vai sobre carris.

Madrid



Dia 2

O bilhete já serviu para alguma coisa. Esta noite não tenho a certeza se dormi, mas certamente tive essa sorte pois consigo manter os olhos abertos sem eles me doerem. Não há doer de costas. A primeira meia hora de chegada a um comboio cheio de malta de interrail é estranha, mas quando nos apercebemos que eles, tal como nós, só querem dar uma volta e conhecer a Europa, conseguimos fechar os olhos. A luz que inicialmente está acessa nas carruagens incomoda para quem quer adormecer, mas como eu disse é só inicialmente.
Madrid é vermelha nos prédios, plana nas montanhas e movimentada nas pessoas. Uma ressalva... o pessoal de interrail é pacífico (pelo menos para já) e simpático (já me ofereceram uma bolacha e uma boa dica para dormir). Venha Barcelona.
Facto:
A casa de banho desta carruagem é muito espaçosa, em especial a sanita que estava cheio de algo muito parecido com líquidos sexuais masculinos, acho que era só parecido pois não promovi nenhuma diligência para o comprovar.
Madrid começou a correr mal. Pelo menos não foi perfeito. Mas cá vai. Chegamos uns minutos atrasados, apanhamos o comboio para Atocha, mas fomos em sentido contrário, logo não apanhamos o comboio que queríamos para Barcelona. Vamos mais logo. Temos 6 horas para desfrutar Madrid. Museu de Prado, Museu Rainha Sófia, Museu Tissen, Praça Cibeldes, Fonte de Neptuno vão ser vistas, pelo menos por fora.
É interrail a Bombar.
Gastamos mais uns quantos euros em reservas dos comboios futuros.
Não passamos do inferno ao céu, porque o ultimo comboio em que andamos não era mau de todo, mas este em que agora estamos a fazer a viagem Madrid/Barcelona deve ser o céu dos comboios. Conforto, higiene, bom ambiente, rapidez. É por isso que estes comboios não são nada bons para quem escreve, pois não há nada a apontar, talvez apenas o excesso de ar condicionado, está frio.
A estação de Zaragoza é muito bonita, pelo menos vista de dentro de um comboio. Barcelona está quase ai, vamos ter que arranjar onde dormir, amanha visitamos a cidade e à noite o caminho faz-se para a Riviera francesa.
Barcelona começa em grande. Depois de no tal comboio céu terem aparecido uns gajos todos bêbados e uma velhinha simpática nos ter dado umas dicas, à saída do comboio, falta de informação. Eles pensam que nós somos de cá? Para continuar o começo e já no comboio a caminho da Praça da Catalunha, a minha parceira ficou presa na porta do comboio, melhor da história: não perdemos esse comboio, que se não era o ultimo era o penúltimo.
Já estamos alojados, temos onde dormir, debaixo dum tecto. Os pormenores são reservados aos intervenientes. Amanha há Barcelona.

Interrail 2006 - Portugal



Dia 0

Afazeres

- Pegar mochila no quarto
- Fazer os panados
- Imprimir coisas da pen
- Comprar caderno Guida
- Comprar comida
- Comprar pilhas maquina fotográfica

Diário de Bordo
Dia 1

Hoje foi o dia/noite das despedidas dos papás, a ansiedade já se sente e reflecte-se numa transpiraçao colante. Já fiz a minha mochila, está pesada, mas acho que consigo aguentar. Levo a tenda para alguma emergência. As fotocopias pedidas pelos papás estao tiradas. Ainda nao pus o pé num comboio mas já sinto a torbolência sonulenta dele. O meu bilhete de interrail está válido a 20 minutos. A aventura começou.
Braga/Porto já está. A Trofa é linda! A primeira espera passou a todo vapor. Eram quase duas horas e pareceu menos de 20 minutos. As aventuras de hoje foram: os panados, até estao bons, e deixar o carro, ficou num sitio que espero que seja seguro. O comboio Porto/Entromcamento deve estar ai a apitar.
Meu Deus como o tempo passa rápido. Ainda a pouco estava no Porto e já estou quase no Entromcamento. A viagem foi passada entre uns belos paes com panados, uns panados com beijinhos, um fedor vindo lá de fora, uma leitura das principais caracteristicas do país de nuestros hermanos, um jogo de poker, que se nao estivessemos num comboio seria de stripoker e um jogo de bisca. A primeira noite a bordo de um comboio está ai a chegar e acho que nao vai ser passada a dormir, logo se verá. É que nao se pode dizer adeus ao nosso pais de olhos fechados. A alvorada vai ser em Madrid.
Acontecimento:
Estavamos nós entretidos a entreternos, a tentar descobrir a música através de batidas numa garrafa de àgua vazia (é divertido!) quando um marmanjo careca, com muita falta de sexo, começa a vociferar, a resmungar. Deve ter sido para nós. Paramos um/dois segundos, quando surge a brilhante ideia de escolher o novo toque do telemovel da minha parceira... Deixem a malta divertir-se.